Beth Goulart celebra 50 anos de carreira com peça sobre Clarice Lispector em Juiz de Fora: 'Marcou virada de página na minha vida'
Beth Goulart apresenta o monólogo 'Simplesmente eu, Clarice Lispector', em Juiz de Fora Fabian/Divulgação 🎭 Beth Goulart, com o espetáculo 'Simplesmente ...
 
							Beth Goulart apresenta o monólogo 'Simplesmente eu, Clarice Lispector', em Juiz de Fora Fabian/Divulgação 🎭 Beth Goulart, com o espetáculo 'Simplesmente eu, Clarice Lispector', se apresenta no palco do Cine-Theatro Central de Juiz de Fora neste sábado (1º). A peça faz parte das comemorações aos 50 anos de carreira da atriz. Desde a estreia, em 2009, o espetáculo já percorreu 289 cidades brasileiras, conquistou prêmios e emocionou plateias com o mergulho no universo poético e intenso de Clarice. Idealizada, adaptada e protagonizada por Beth, a peça revela uma escritora humana e complexa, entre o mistério e a lucidez. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Zona da Mata no WhatsApp Em entrevista ao g1, Beth falou sobre o processo de criação, a relação pessoal com Clarice e o significado desse retorno. “Esse trabalho é icônico porque marca uma virada de página na minha vida. Ele me projetou não só como atriz, mas também como criadora, pelo fato de eu ter feito a adaptação da peça e a dramaturgia”. Beth Goulart celebra 50 anos de carreira com peça sobre Clarice Lispector em Juiz de Fora Beth também dirige o espetáculo e assina as escolhas estéticas da montagem. Para ela, todos esses elementos a revelam como artista e ser humano. “Todo grande artista faz de alguma forma essa ponte entre a vida comum e a arte. Esse olhar especial sobre a vida é o que nos conecta com as pessoas”. Beth Goulart apresenta o monólogo 'Simplesmente eu, Clarice Lispector', em Juiz de Fora Fabian/Divulgação Relação entre Beth e Clarice A ligação entre Beth Goulart e Clarice Lispector nasceu ainda na adolescência, quando as palavras da escritora começaram a moldar sua visão de mundo. “É uma artista que me influenciou bastante e me transformou como ser humano. A leitura é uma forma maravilhosa de conhecer o mundo através do olhar de grandes personalidades”. Para ela, representar Clarice é também uma forma de se revelar ao público. “Estar nos palcos com Clarice mostra não só quem eu sou como artista, mas também o meu olhar sobre o mundo, através da arte teatral”. LEIA TAMBÉM Beth Goulart homenageia a mãe Nicette Bruno: 'Amar não acaba'; veja vídeo 'Quando você falta o respeito, não dá espaço para o outro pensar diferente', diz criadora do meme 'É de bom tom' Após quase 10 anos, o espetáculo retorna aos palcos, e com isso, recebe uma nova geração de admiradores de Clarice e do teatro. “Há uma alegria nova. Tenho encontrado uma geração que está descobrindo Clarice e, junto com ela, a força do teatro. Saber que a obra transcende o tempo e chega a novos públicos é uma grande alegria. Sinto que cumpri minha missão de incentivar a leitura e levar Clarice a novos públicos". A mulher por trás da escritora O desejo de Beth era apresentar ao público um pouco da mulher Clarice, conhecida por ser reservada, enigmática e complexa. “Quis mostrar o ser humano Clarice. Através do espetáculo, as pessoas entram em contato com seu pensamento, processo criativo e sua visão da vida, independentemente da obra.” Beth Goulart apresenta o monologo 'Simplesmente eu, Clarice Lispector' em Juiz de Fora Fabian/Divulgação A dramaturgia intercala diálogos entre Clarice e o público, com situações que vão de entrevistas a conversas com amigos. “Ela fala da escrita, da vida, da morte, da transcendência. Ao me transformar em Clarice e nas personagens, vivo o mesmo processo que ela descreve: o de ser outra e, ao mesmo tempo, continuar sendo eu.” Teatro como experiência sensorial Beth define o espetáculo também como uma experiência sinestésica. “Tem um momento que chove, e eu proponho que o público sinta o cheiro da chuva. Quando você se abre para os sentimentos e sensações, entra em contato com sua essência", explicou. Segundo ela, todos os elementos - música, luz, figurino e cenário - são parte da narrativa. “A música é quase um personagem. A luz delimita o espaço cênico, como se fosse uma folha em branco a ser desenhada”. O teatro como arte da humanidade Beth diz que o teatro, considerado a “arte-mãe”, reúne em si todas as outras manifestações artísticas. “Todas as artes dialogam com o teatro. Ele é o templo sagrado da liberdade, essa interação de seres humanos que nos conecta e nos transforma.” Filha dos atores Nicette Bruno e Paulo Goulart, Beth cresceu entre bastidores e cortinas. “Aprendi a amar esse ofício vendo a forma como eles respeitavam a arte teatral.” Processo de pesquisa por 2 anos O processo de criação foi intenso. Entre livros, teses, entrevistas e cartas, Beth mergulhou por dois anos no universo da escritora. “Li tudo o que podia: biografias, teses, entrevistas, cartas. Quis captar sua energia, sua maneira de falar e pensar. Foram dois anos de pesquisa, seis meses de preparação, dois meses de ensaio e uma vida inteira dedicada à Clarice". Segundo ela, o teatro é uma arte viva, que celebra o tempo presente. "O teatro é uma arte viva. Essa é a coisa mais importante: estar viva no aqui no agora naquele momento, porque ele jamais se repetirá. Você está sempre diferente, o público é outro a cada noite". 📍 Serviço Espetáculo: Simplesmente eu, Clarice Lispector Data: Sábado (1º), às 20h Local: Cine-Theatro Central na Praça João Pessoa, S/N - Centro Ingressos: On-line ASSISTA TAMBÉM: Beth Goulart apresenta 'Simplesmente eu, Clarice Lispector' em BH Beth Goulart apresenta 'Simplesmente eu, Clarice Lispector' em BH VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes